“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Canção do inferno

Vou contar-vos um pouco
Um pouco de mim
Nem sonham o quanto pequei
Para chegar aqui

Deus fora
Nada vivo

Deus fora
Dia quente no alpendre

Lábios queimados
No beijo ao leite-creme

Tudo é caramelizado

Sirva-se uma fábula

Sou alpinista
Escalo pilha de nomes

Adense-se o mistério

Sou transformista
Dêem-me lantejoulas

Há festa dos pés de barro
Em memória daqueles santos passados

Há orgias com manetas e pernetas
Pois são todos meus filhos

Sou costurado a cicatrizes
Foram partos difíceis.

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Cristóvão Siano, Portugal
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