não é o sol da hora
do sol do meio-dia
é o sol que me devora
e que me faz poesia
é o sol do meu querer
é o sol do não-queria
é o sol que me adivinha
teu sol karla maria
é o sol do vaticano
que o papa nem sabia
é o sol das seis da tarde
quando bate a ave-maria
é o sol do meu querer
quando na tábua do querer
querer não mais se lia
é a pedra de drummond
que tinha ou havia
é o sol dentro do sol
teu sol karla maria
é a menina da janela
fazendo estrepolia
não sendo mais donzela
fez enganar o dia
me ensinando amar
quando amar eu não sabia
e a me tomar louco
quando em louco
eu todo me perdia
fez o meu ir-não-ir
quando eu não mais podia
mas sem poder enfim
me escondi de mim
em teu sol karla maria
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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sábado, 26 de março de 2011
MODINHA OU NO CAMINHO DE DRUMMOND
Para Lucinha e Geraldo
eu queimei o tempo
como quem brinca de roda
como quem atira pedras
no telhado do vizinho
eu queimei o tempo
eu me afoguei na lua
astronauta sem vocação
fui procurar são jorge
só encontrei o dragão
eu me afoguei na lua
eu dancei com a dama de paus
num baile de debutantes
mas antes do fim do baile
a dama desencantou
eu dancei com a dama de paus
eu fui poeta aos vinte anos
quando todo mundo é poeta
pensava um sorriso de moça
e a poesia me vinha no ar
eu fui poeta aos vinte anos
eu queimei o tempo
eu me afoguei na lua
eu dancei com a dama de paus
eu fui e fiz tanta coisa meu deus
que hoje me dá pena lembrar
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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eu queimei o tempo
como quem brinca de roda
como quem atira pedras
no telhado do vizinho
eu queimei o tempo
eu me afoguei na lua
astronauta sem vocação
fui procurar são jorge
só encontrei o dragão
eu me afoguei na lua
eu dancei com a dama de paus
num baile de debutantes
mas antes do fim do baile
a dama desencantou
eu dancei com a dama de paus
eu fui poeta aos vinte anos
quando todo mundo é poeta
pensava um sorriso de moça
e a poesia me vinha no ar
eu fui poeta aos vinte anos
eu queimei o tempo
eu me afoguei na lua
eu dancei com a dama de paus
eu fui e fiz tanta coisa meu deus
que hoje me dá pena lembrar
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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quinta-feira, 24 de março de 2011
À QUEIMA ROUPA
Para Léo Feltran
deixei de acreditar no circo
quando me contaram que a trapezista
assassinou o palhaço
com um olhar fulminante
no peito
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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deixei de acreditar no circo
quando me contaram que a trapezista
assassinou o palhaço
com um olhar fulminante
no peito
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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SEM LUVAS DE PELICA
Para Kryca Ohana, poeta e agitadora cultural - com afeto
somos de uma geração estranha
que sofria do vício de pensar
tudo era questão de ordem
foder também era um ato político
marx & sartre estavam sempre
presentes no intervalo de uma trepada
mas convenhamos
: che guevara & leila diniz
mesmo depois de mortos foram responsáveis
pelo final de muito caso de amor
tanto que o retrato de guevara feito a carvão
que tenho na parede da sala
me incomoda até hoje
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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somos de uma geração estranha
que sofria do vício de pensar
tudo era questão de ordem
foder também era um ato político
marx & sartre estavam sempre
presentes no intervalo de uma trepada
mas convenhamos
: che guevara & leila diniz
mesmo depois de mortos foram responsáveis
pelo final de muito caso de amor
tanto que o retrato de guevara feito a carvão
que tenho na parede da sala
me incomoda até hoje
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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sábado, 19 de março de 2011
METAPHYSICA
o ápice
o eclipse
o lápis
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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o eclipse
o lápis
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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sexta-feira, 11 de março de 2011
NO PARQUE DE MANTOVA
Para Rosangela Borges, minha amiga
no parque de mantova
de onde me envias um sorriso breve
as árvores arrepiadas
e as folhas secas
- porque é inverno -
te saúdam
alguns pássaros que desconheço
provavelmente cantam
em teu louvor
ao longe
um busto esculpido
em bronze
testemunha a tua graça
no brasil amiga é verão
mas dentro de mim faz inverno
tenho a alma gelada
no entanto
sobrevivente das minhas tragédias
resisto
dez/2009
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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no parque de mantova
de onde me envias um sorriso breve
as árvores arrepiadas
e as folhas secas
- porque é inverno -
te saúdam
alguns pássaros que desconheço
provavelmente cantam
em teu louvor
ao longe
um busto esculpido
em bronze
testemunha a tua graça
no brasil amiga é verão
mas dentro de mim faz inverno
tenho a alma gelada
no entanto
sobrevivente das minhas tragédias
resisto
dez/2009
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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quarta-feira, 9 de março de 2011
LADEIRA
1 saco de vazios nas costas
era a única bagagem que eu tinha
coisa pouca mas pesava tanto
não sei como eu eu suportava
na hora de subir a ladeira
que me levava ao seu portão
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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era a única bagagem que eu tinha
coisa pouca mas pesava tanto
não sei como eu eu suportava
na hora de subir a ladeira
que me levava ao seu portão
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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3 POEMAS
PIQUE
no faz-de-conta
eu era um conde
brincando comigo
de esconde-esconde
* * *
EDUCAÇÃO SEXUAL
trepar de luz
apagada
é foda
* * *
ANÚNCIO (DES)CLASSIFICADO
procuro um amor
que me fale besteiras
no claro e no escuro
eis o amor que quero
não precisa ser puro
muito menos sincero
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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no faz-de-conta
eu era um conde
brincando comigo
de esconde-esconde
* * *
EDUCAÇÃO SEXUAL
trepar de luz
apagada
é foda
* * *
ANÚNCIO (DES)CLASSIFICADO
procuro um amor
que me fale besteiras
no claro e no escuro
eis o amor que quero
não precisa ser puro
muito menos sincero
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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segunda-feira, 7 de março de 2011
ELEGIA DE CORPO PRESENTE
o guarda-chuva
jaz em suas
varetas
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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jaz em suas
varetas
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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