quinta-feira, 19 de julho de 2012
INTRODUÇÃO À LITERATURA
quando o poeta sierguéi iessênin achou que devia se matar
e se matou mesmo
vladimir maiakóvski - seu amigo -
puto com a atitude do camarada
dedicou-lhe um poema
onde aparece o famoso verso que atravessou a rússia
"Melhor morrer de vodca que de tédio"
maiakóvski - contam seus biógrafos - não era dado à bebida
talvez por isso
se esqueceu do poema feito ao amigo
e achou tempos depois de se matar também
e se matou mesmo
com um tiro no ouvido
- poesia tem disso
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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POEMA AO OCASO
Doces venenos.
Voos cegos.
Silêncios inconformados.
- Cadê palavra?, pergunta a boca.
Os olhos pescam azuis ociosos.
A tarde faz o que pode.
E constrói a paisagem com uma procissão de nuvens enfermas.
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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Voos cegos.
Silêncios inconformados.
- Cadê palavra?, pergunta a boca.
Os olhos pescam azuis ociosos.
A tarde faz o que pode.
E constrói a paisagem com uma procissão de nuvens enfermas.
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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NATUREZA-MORTA A CARVÃO NA MESA DE UM BAR
esqueço ao sol o poema
secando num varal de palavras soltas
o poema tem os braços abertos
e o olhar perdido
como o do homem que ontem pela manhã
me veio pedir uma moeda
esqueço ao sol o poema
e antes que ele seque parto para a albânia
desenho um recado qualquer ao ocaso
pedindo que nenhuma palavra me acenda a memória
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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secando num varal de palavras soltas
o poema tem os braços abertos
e o olhar perdido
como o do homem que ontem pela manhã
me veio pedir uma moeda
esqueço ao sol o poema
e antes que ele seque parto para a albânia
desenho um recado qualquer ao ocaso
pedindo que nenhuma palavra me acenda a memória
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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