Rota na pele
Pisa que cheira a cascalho 
do cais rumo à praça catorze
Olhos sem ranço de pena
Fruto de um podre que verga,
olha 
Cheia, 
ímã nas patas de mosca larva
Trai só de boca 
com sangue 
Ela a balada 
irmã das sirenas:
choro de mãe triste puta, olha 
Disse-lhe a meia lua uma foice:
- Não se demora com 
os pés pelo porto
Não se demora, por isso, vai suja-amarela 
Não sangra por isso, corre 
mastiga com força o gosto da terra
Corre ao próximo homem, 
anda
antes de o chão vir comer-te
porque precisa, Anna
_______________
Adriane B.,
São Paulo, Brasil
_______________

Nenhum comentário:
Postar um comentário