meu rico relógio de sol
tua branca estrela de sal
a acidez do teu rosto
meu copo de sonrisal
meu caro anel de rubi
tua santíssima auréola
meus porcos lá no terreiro
comendo as tuas pérolas
tua música erudita
meu rap de pé quebrado
tua pura flor de lótus
meu mais sórdido passado
meu são francisco de barro
teu camafeu de marfim
meu beijo no teu escarro
anjos augustos em mim
teu claro monte de vênus
minha camisa de marte
meu corte pede mercúrio
neste poema sem arte
e basta de brincadeira
quem não consente não cala
a fome da porta-bandeira
quer comer o mestre-sala
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Júlio Saraiva
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