Entre a noite e o dia, há um tempo
que parece num beco sem saída,
que não vê, não repara no momento
em que nasce da mesma outra vida;
é um tempo, melhor, quase um destempo,
entre o escuro e a luz da madrugada,
que vira e revira o pensamento
e chega ao limiar do próprio nada;
é um tempo de insónia, cujo peso
se arrasta por vielas, sem perdão
(tal um cão açulado quando preso
e que ferra ao dono a sua mão);
é um tempo de sombras, baço, brusco,
acoitado detrás do lusco-fusco.
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Domingos da Mota,
de Vila Nova de Gaia, Portugal
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http://fogomaduro.blogspot.com/
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amigo da mota,
ResponderExcluirobrigado por esta jóia que você nos traz do outro lado do mar.
abraço,
júlio