não penses nunca bia que sou tudo isso
sou uma mulher comum cheia de fragilidades
mas não esperes que eu tire a máscara do meu rosto
assim como tiro a roupa
não gosto que me vejam chorando
deixa-me ser assim como sou
com as minhas fraquezas
não me cobres nada
nem me peças mais do que te posso dar
por mais que eu me fique a remoer
jamais vou cair a teus pés
que eu seja tua em nossos momentos
de resto sou do mundo
sou imunda
vagabunda
sou esterco e flor
não me peças bia que te ame
não me peças nada
se te chamo meu amor é mentira
não sou dona das minhas verdades
nem mesmo sei o que é a verdade
só sei das coisas que doem em mim
tua língua às vezes é uma faca afiada
a me cortar o ventre
mas mesmo assim eu gosto
talvez a dor me dê prazer
ofereço a mim mesma este desprezo
e morro mais a cada dia
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Annabárbara,
Rio de Janeiro, Brasil
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