“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SONETO DE ADRIANE

vinho nunca foi veneno adriane
veneno tem a luz deste teu olhar
a cegar o meu para que eu me engane
e me torne engano bom de se enganar

vinho sempre foi milagre adriane
mesmo que não seja vinho de altar
teu beijo-vinho faz com que eu profane
meu ser em pecado só de profanar

veneno é tentação que teu corpo tem
mistério gozozo que em mim habita
e me leva longe muito mais que além

veneno sagrado veneno do bem
a matar de vez minh'alma aflita
todas as aflições que do mundo vêm

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Júlio Saraiva,

São Paulo, Brasil
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Um comentário:

  1. .

    depois de ler, deu-me a ideia de que Camões tinha ficado mais íntimo. um soneto perfeito. parabéns.

    mário

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