vinho nunca foi veneno adriane
veneno tem a luz deste teu olhar
a cegar o meu para que eu me engane
e me torne engano bom de se enganar
vinho sempre foi milagre adriane
mesmo que não seja vinho de altar
teu beijo-vinho faz com que eu profane
meu ser em pecado só de profanar
veneno é tentação que teu corpo tem
mistério gozozo que em mim habita
e me leva longe muito mais que além
veneno sagrado veneno do bem
a matar de vez minh'alma aflita
todas as aflições que do mundo vêm
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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ResponderExcluirdepois de ler, deu-me a ideia de que Camões tinha ficado mais íntimo. um soneto perfeito. parabéns.
mário