“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

TALVEZ UM SONETO DE BOTEQUIM

ontem ana pensei em cortar os meus pulsos
e morrer em sossego e só mais uma vez
e ver de mim todos os fantasmas expulsos
entregar-me à minha morte em total lucidez

um dia bem até que tentei ser poeta
a rima me vinha de repente num piscar
logo inventava uma qualquer paixão secreta
mas depois ana dava de me faltar o ar

é que em seguida ana eu sempre me perdia
e pra poder chorar tornava-me criança
chorava assim tão fácil por qualquer lembrança

que tenho na tristeza a derradeira herança
desta minha vida tão pobre tão vazia
que mesmo respirando morro a cada dia

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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