“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

SONETO DESENCONTRADO

vosso macio casaco de carne
meu espatifado silêncio de ossos
vossos olhos desafio das trevas
meus passos cegos a implorar uma luz

vossa ternura de flautas na noite
meu pássaro que se enforcou no cantar
vossos códigos de maduras marés
meu correr dáguas de rios cansados

vossos países saídos dos contos
meu trem de ferro fugindo dos trilhos
nossa distância sempre mais distante

vosso natal vossa missa do galo
meu finados minha missa de réquiem
nosso partir - um ao outro: até nunca!

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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2 comentários:

  1. me perco no nosso ou vosso que desencontro !

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  2. eu penso que ambos são desencontros. não sei qual o maior. aí não posso dizer.

    j.

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