“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

LÁ VAI ARTUR...

lá vai artur,
lá vai
com um rolo de serpentinas
na mão.
lá vai artur,
lá vai
vestindo a fantasia,
que é o desengano
por um dia,
da máscara que usa
ao longo do ano.

lá vai artur,
lá vai
com um molho de confetis
junto ao coração.
lá vai artur,
lá vai
a caminho do salão,
levando por vontade,
a de num dia só,
tirar desforra
de 364 de ilusão.

lá vai artur,
lá vai.
cerveja e mais cerveja,
afogando as acumuladas mágoas
da luta por um lugar ao Sol,
entre intrigas
e muita, muita inveja.

lá vai artur,
lá vai
dançando ao som
das notas musicais
da “banda realidade”.
dança.
requebra.
balança.
samba após samba
entre risos,
confetis,
serpentinas
e imensa alegria.

.................................................
...até que...
raios!
a “realidade” tocou
o seu último samba.
já é dia.
que castigo.
caramba!
.................................................

lá vai artur,
lá vai.
fantasia trocada.
agora trajando
fato,
gravata
e sapato a condizer,
p’ra ninguém dizer mal
nos dias e dias
deste imenso carnaval.

lá vai artur,
lá vai........


eduardo roseira - VNGaia - Portugal

2 comentários:

  1. tão brasil este seu belo poema, roseira...só me resta dizer obrigado.
    carinho,

    j.

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  2. Não vi Artur!

    Não vi nenhum Artur
    com latinha de cerveja na mão.
    Vi confetes espalhados pelo chão.
    E a angústia presa ao cordão em desatino.

    Não vi nenhum Arlequim astuto.
    Nenhuma Colombina de amor desejosa.
    Vi Pierrôs tristes...
    Vi uma triste Rosa.

    Rosa De Fátima

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