“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Manhã

O sol navega nas nuvens que o espreitam
O menino pede pão na manhã dos transeuntes
A carroça passa cheia de resgate do lixo
O cavalo parece desconhecer a cidade do Rio de Janeiro
Os camelos já preparam suas barracas na Cinelândia
Berço de políticos, e quem sabe poetas boêmios sambistas
A cidade é azul como um cordel de bandeiras em festa
Miro está de passagem à espera do futebol
Brasil! Grita o bêbado sem noção na Praça Tiradentes
O jogo acabou, responde à senhora impaciente
O vento sopra noroeste e o sul fica longe pacas
A moça sentada na praça, dá comida aos pombos, que desgraça!
A cachaça acabou, caímos todos nas areias de Ipanema
O mundo entre duas montanhas sempre soa suave
O povo despede das caminhadas ao trabalho diário
Venhamos nós que esse Reino é de todos
Vai para casa, circulando, o tempo é outro seu guarda
Mas a lembrança, conservo na caixinha de música
Toca e dança a bailarina do teatro Municipal
O sino da Igreja São Francisco Xavier badala
Acorda mãe! Já é hora de levantar!

Diana Balis em dias comuns. Rio de Janeiro,25 de maio de 2010.

4 comentários:

  1. este seu poema é simplesmente lindíssimo.

    j.

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  2. Me deu muito prazer ler este belíssimo poema.
    De quando em quando venho espreitar as maravilhas aqui deixadas.

    abraço

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  3. este seu poema é um primor, sabia?

    um beijo,

    j.

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