“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SONETO DA TOTAL INDIFERENÇA

despida/disposta a morte gargalha
e bate na porta do pesadelo
brilha tão cego o fio da navalha
minha loucura cultivo com zelo

com calma costuro minha mortalha
à vida não faço nenhum apelo
e assim não sendo que deus não me valha
caminho só não preciso de tê-lo

se nada me assusta nada me assombra
conto os meus dias na ponta dos dedos
a golpes de pau matei minha sombra

e foi que enterrei todos os meus medos
venha temporal meu barco não tomba
à merda se faço versos azedos

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
___________________

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Amigo Júlio,

    indiferença não será certamente a sensação de quem lê teus versos azedos. A mim caíram-me muito bem, e nem precisei de lhes juntar açúcar...

    Grande abraço

    Runa

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  3. amigo runa,

    obrigado pela visita e pelo comentário. aqui você será sempre bem-vindo.

    um grande abraço,

    j.

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