“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

sábado, 17 de abril de 2010

TEIA

A teia, não
mágica
mas arma, armadilha

a teia, não
morta
mas sensitiva, vivente

a teia,não
arte
mas trabalho, tensa

a teia, não
virgem
mas intensamente
prenhe:

no
centro
a aranha espera.
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Orides Fontela,
São Paulo, Brasil
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2 comentários:

  1. A explosiva e dita temperamental Orides Fontela bem devia ser mais conhecida, fora do restrito círculo acadêmico, onde não se afinava muito. Mulher simples. Do povo. Conheceu e sentiu a pobreza na flor da carne. Morreu aos 58 anos, tuberculosa, num hospital público, doente do pulmão, em decorrência dos excessos e da pobreza. Não foi sepultada como indigente, numa vala qualquer, porque o médico que a tratou deu-lhe enterro digno. Depois de morta, uma grande editora publicou seus poemas numa edição de luxo. Que adiantou?! Ela não pode ver.

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  2. Lindíssimo, conheci há meses,destaquei dois poemas da poeta no 2a leve têmepera do vento".

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