“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

terça-feira, 20 de abril de 2010

PARA ANA BOTAFOGO(*)

as pernas da mulher
miúda
jeito de menina
parecem parar no ar
como se fossem um delicado par de asas
os movimentos do corpo constroem azuis
parece saída de uma frágil caixinha de música
mimo que hoje não se faz mais
fino cristal
seu voo é graça
os passos de ana botafogo riscam
círculos no círculo
brincam arcos infinitos
como se só ela e sua dança estivessem no mundo
o tempo esqueceu de passar
eu como mortal comum aplaudo a bailarina

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(*)anna botafogo, carioca, é
considerada uma maiores baila-
rinas clássicas do mundo, o que
não a impediu, no entanto, de sair um
pouco do tablado para desfilar no
afalto, numa escola de samba, na
marquês de sapucaí.
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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