“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

terça-feira, 15 de maio de 2012

BALADA DO TEMPO PERDIDO



- Para Cristiane


no tempo dos meus aniversários
- e aí já vai tanto tempo
eu brincava de ser alegre
disfarçava esta cara amarrada
dava um pontapé na gramática
e chorar não chorava

no tempo dos meus aniversários
minha mãe me trazia carinhos
meu pai me chamava de anjo
minha avó que era mãe da minha mãe
me amava em silêncio
como se eu fosse uma história
com um final bem feliz
e por isso não tinha final

no tempo dos meus aniversários
que eu já não me lembro quando
eu vivia tão distraído
tão longe das coisas do mundo
que um dia meu bem num segundo
me vi morto na contramão

no tempo dos meus aniversários
eu juro meu bem eu juro
eu não era assim tão cansado




14-05-12
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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Um comentário:

  1. BALLATA DEL TEMPO PERDUTO
    - per Cristiane

    al tempo dei miei compleanni
    - ed è stato tanto tempo fa
    io fingevo d’esser lieto
    nascondevo questo viso accigliato
    davo un calcio alla grammatica
    e piangere non piangevo

    al tempo dei miei compleanni
    mia madre mi recava carezze
    mio padre mi chiamava angelo
    mia nonna che era mamma di mia mamma
    mi amava in silenzio
    come se io fossi una storia
    con un bel lieto fine
    e perciò non aveva fine

    al tempo dei miei compleanni
    che ormai non mi ricordo quando
    io vivevo così distratto
    così lontano dalle cose del mondo
    che un giorno mia cara in un secondo
    mi vidi morto contromano

    al tempo dei miei compleanni
    io giuro mia cara io giuro
    io non ero così tanto stanco

    (tradução de Manuela Colombo)

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