“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

SONETO DE KARLA

sobre o poema Chão sem Fundo, de Karla Bardanza

"Não repares se a forma é apurada
Ou se a métrica foi talvez torcida
Olhe somente a vida dos meus versos
Que a vida do meu verso  -  é a minha vida."

- Vinícius de Moraes  -

não - ó não te assustes minha amada
não temas este chão assim sem fundo
a minha mão direita espalmada
ampara-te das dores deste mundo

esquece minha vida mal-afamada
vê - nosso tempo tem um só segundo
a morte jaz num canto esparramada
e lá  fora amor brilha um sol fecundo

a tua boca maçã que envenena
mata-me num beijo assim de repente
 mordo tua carne macia e morena

gira a terra toda em volta da gente
o mar bravo se acalma se apequena
o chão dantes frio agora faz-se quente

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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