“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

domingo, 7 de novembro de 2010

PARA SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESSEN

"Com a voz nascente a fonte nos convida
A renacermos incessantemente
Na luz do sol nu e recente
E no sussurro da noite primitiva"

(de um poema de sophia)

não devias morrer agora sophia
ainda não atravessei o mar
ainda não beijei teus olhos verdes
não segurei tuas mãos em conchas
mas esqueci meus poemas de amor
no entanto dormes sophia
e já não és mais uma mulher
mas uma criança
porque a morte nos dá o direito
do retorno à infância
cheiras à calmaria
pena que todo tempo seja breve
anunciam-te morta
não não não sophia não estás morta
estás apenas preparando
um poema para a eternidade
mas ninguém percebeu isso

enquanto dormes agora

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
___________________

2 comentários:

  1. Júlio,

    belo, sentido e suave poema dedicado à grande sophia e a sua grande paixão pelo mar.

    pessoas como estas nunca morrem, apenas adormecem.

    bj

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  2. linda duda,
    que bom a sua presença nos meus versinhos pra esta grande poeta.

    um beijo, linda.

    j.

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