“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

sábado, 8 de dezembro de 2012

MARCHA-RANCHO

"Todos são príncipes e mandarins
E ao fim dos festins simples polichinelos..."
- Dança de Força -
Poema de Paulo César Pinheiro com música de Eduardo Gudin


um dia tive medo de adivinhar o mar
para não espetar o coração dos navios
nunca fui alegre - punha-me triste nos parques
minha mãe fazia as vezes e sorria por mim

então foi que os meus dias me vinham exaustos
uma mulher que guardei no colo da memória
espalhou pela rua toda que eu era poeta
e na minha tolice deu-se pois que acreditei

não aprendi música porque não quis nunca
mas sempre brinquei de inventar girassóis
qualquer dia desses prometo ir à falência

(que o dono do botequim não me ouça...)
os foliões desfilam tão alegres lá fora
e eu daqui da janela metido em meu tédio assobio...

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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