“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

SONETO TRISTE

nada mais me trará de volta o dia
enquanto me doer a ausência tua
e sendo eu um a mais no olho da rua
sou apenas o pó que eu não queria

onde foi parar minha poesia?
no meu peito arde esta chaga crua
e assim me morro sem a garantia
de que amanhã a vida continua

fecham-me de vez todas as janelas
tornam-se mais altos todos os muros
sufoca-me o peso desses escuros

eis-me de novo com as minhas guerras
navegando só sem vento e sem vela
no mar insano dos meus esconjuros


18-09-12

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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