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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

SONETO DO AMOR CANSADO

"Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo (...)"
- Carlos Drummond de Andrade -


sim os corpos correm como inimigos
a vida foge mas vem o amanhã
os mesmos beijos abraços antigos
na testa ardendo a mesma febre terçã

na cabeceira rosários e abrigos
mais o injusto medo da sempre-maçã
enfim onde cabem nossos castigos
se nos queima o peito uma crença pagã?

mas eis que o amor cansou de estar tão velho
que de caduco na primeira esquina
de uma só queda partiu o joelho

no carnaval  -  pierrô/colombina
perderam rumo quebraram espelho
este soneto como é que termina?

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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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