“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quinta-feira, 22 de março de 2012

POEMA DE UMA TARDE

não sabes com que elegância o tempo me observa
despreza a minha loucura numa casa de chá
entre biscoitos finos e delicadas porcelanas
dessas que a gente toca com todo cuidado
como quem afaga o rosto rosado de uma criança

posso acrescentar a voz de piaf ao poema
e uma chuva fina caindo lá fora
(piaf não - maysa)
uma mulher de vestido preto me acena
sorri e depois desaparece na fumaça do meu cigarro

não tenho pressa não preciso ter pressa
o próximo voo demora algumas horas ainda
não sabes com que elegância o tempo me mastiga


22-03-12

______________
Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
_______________

Um comentário:

  1. POESIA DI UN POMERIGGIO

    non sai con che eleganza il tempo mi osserva
    disprezza la mia follia in una casa da tè
    fra biscotti fini e delicate porcellane
    di quelle che la gente tocca con ogni attenzione
    come chi accarezza il volto roseo di un bimbo

    posso aggiungere la voce della piaf alla poesia
    e una pioggia fine che cade là fuori
    (non la piaf - maysa)
    una donna in abito nero mi fa un cenno
    sorride e poi scompare nel fumo della mia sigaretta

    non ho fretta non c’è da aver fretta
    il prossimo volo tarda ancora di qualche ora
    non sai con che eleganza il tempo mi mastica

    ResponderExcluir

Compartilhe o Currupião