“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

domingo, 29 de janeiro de 2012

SONETO DE UMA MADRUGADA VAZIA

só quero descansar meu desconforto
no azul-escuro desta madrugada
e provar a sensação de estar morto
no colo de qualquer alma penada

que venha de drummond o anjo torto
e pela mão conduza-me à entrada
do purgatório que há de ser o porto
abrigo de uma vida desregrada

preciso colocar no esquecimento
as três mil e tantas coisas que não fiz
sentir a paz de um frade no convento

fingir que a sorte passou no meu nariz
tocar o barco sem constrangimento
se amanhã eu acordar mais infeliz

29-01-12

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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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