“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

sábado, 25 de junho de 2011

ALEXANDRE O'NEILL, O PENITENTE



- para o próprio o'neill, com carinho
e respeito, dedico

deu-se que o poeta o'neill estava morto
não lhe deram nada em vida
mas morto no frio da morgue
estava bem quieto
como se nos mandassem a todos
à casa do caralho

era um morto qualquer
como qualquer mais um morto
mas um morto diferente
a perturbar o reino dos céus

na sua condição de morto
alexandre não estava morto
apenas pediu um cigarro
um gole mais de bebida
e disse não para os anjos

puta que me pariu
junto com seus amigos
junto com seus demónios
o poeta preferiu o inferno

júlio saraiva,
S.Paulo – Brasil

NOTA: Poema nas vozes do Animador da Palavra, eduardo roseira e José Mário Roseira, que também fez o filme

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Compartilhe o Currupião