para Ferreira Gullar, com respeito - dedico.
o maranhão não cabe na minha rua
o piauí e o parnaíba também não
eu não caibo na minha rua
queria ser grande como uma lua cheia
mas a vida não cabe num sábado
quando se prepara a morte
perdoa o golpe lento do punhal
nas minhas costas
o sangue sai por etapa
mas hoje não devo morrer
amanhã ou depois
quem sabe eu ame madalena ou rita
quem sabe eu me dê por inteiro
a qualquer puta do mangue
amanhã talvez eu faça um poema
e o diga alto e em bom tom
na porta da academia brasileira de letras
pra que machado me aplauda
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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