para Adriane
amanhã
quando eu não mais restar
guarda o que sobrou de mim
no teu sorriso mais bonito
pensa que adormeci no colo
daquelas nossas manhãs azuis
quando mesmo no inverno
tudo era primavera
amanhã
quando eu não mais restar
escreve um poema de amor
sai sem dor na consciência
põe a tua melhor roupa
(de preferência aquele vestido verde
comprado para o natal)
e vai beber alguma coisa
pensando que tudo até valeu a pena
apesar dos meus muitos vícios
e virtudes quase nenhumas
amanhã
quando eu não mais restar
passeia os teus olhos nas estantes
conforma-te
sabendo que em cada livro há o toque
das minhas mãos
mesmo naqueles que eu nunca li
olha os santos de madeira
e descobre em cada um deles
o milagre que eu nunca acreditei
amanhã
quando eu não mais restar...
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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“Quando me tiveres apagado, morto ou só feito
ResponderExcluirda matéria da memória, dança uma dança por nada
e debruça em arco o teu corpo sobre o poço da morte
sobre o corpo dividido e espalhado pela última praia“
Manuel Gusmão
laura, doce flor, eu pretendo ainda restar muito para incomodar muita gente. até a minha adriane. quero chatear a todos, até ao fim da linha. até você.
ResponderExcluirafeto,
j.