quarta-feira, 19 de setembro de 2012
DEPOIS QUANDO AO PÓ EU TORNAR...
depois quando ao pó eu tornar escuta
guarda teu choro pelos que têm fome
e continuam nesta vida bruta
tendo miséria como sobrenome
fica a certeza - fui mais um na luta
mas a lembrança de repente some
a voz do morto ninguém a escuta
o tempo aos poucos apaga-lhe o nome
esquece todas aquelas histórias
pois foram frutos de tantas loucuras
noites bêbadas junto das escórias
a pecar e pecar sempre às escuras...
rasga as páginas das minhas memórias
não são escritos - apenas rasuras
19-09-12
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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