Rota na pele
Pisa que cheira a cascalho
do cais rumo à praça catorze
Olhos sem ranço de pena
Fruto de um podre que verga,
olha
Cheia,
ímã nas patas de mosca larva
Trai só de boca
com sangue
Ela a balada
irmã das sirenas:
choro de mãe triste puta, olha
Disse-lhe a meia lua uma foice:
- Não se demora com
os pés pelo porto
Não se demora, por isso, vai suja-amarela
Não sangra por isso, corre
mastiga com força o gosto da terra
Corre ao próximo homem,
anda
antes de o chão vir comer-te
porque precisa, Anna
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Adriane B.,
São Paulo, Brasil
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