soberano senhor do próprio vício
o poeta nunca deve se curvar
quando for ofendido em seu ofício
mesmo que na escuridão lhe falte o ar
e caia do mais alto precipício
desmaiado no balcão de qualquer bar
por ser poeta não é um ser qualquer
e não dá por perdido nenhum round
antena da raça e mais do que vier
irmão mais novo do velho ezra pound
só curva a cabeça aos pés de uma mulher
aí sim não importa quando ou onde
o resto que se foda rei ou conde
ao diabo se pena deus não tiver
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Júlio Saraiva
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