deixo e desconheço
ergo-te a mão, na falta de coisa menor
rompida a espátula óssea que salta da pele em joelho
- cravaram-na nova -
a luz não nos deve sorte
faz porque a falta é cínica
gosta de achar saída na meia porta
meia medida, aliás
meia entrada
já era hora trazê-la dentro
secar sua palha onde há calma; zona mestiça
fagulho-te
eu reconheço um circo
no hálito, sempre as pedras em prosa
como traduz-se o sentido perfil pelo ombro do cheiro
a fé ressentida
cai no tapete em acácia
fluindo da pele de ostra escorrega a traqueia
nem sonha como é investir
como ter concha
e boca
morder botões entre poucas toalhas
reter depois ressonar
faz isso um farol à rede
da proa dum barco talvez eu seja intranquilo
mas, ora
ancora o sendeiro do temporal para o sortimento
alguém parte em surdina, alguém tripulado abre-se
minha noviça de lótus presa na saia
eu piscava para testar a realidade
olho na paciência obscena de um charco
vi o meu hábito igual
ao teu, ogiva
se me acostumasse ao menos sem ter resposta
se ao menos água
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Adriane B.
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