Prego os olhos em ti: são como as aves
a tentar debicar-te lentamente:
ante a sede e a fome dos meus lábios,
com desejos de voar sinto as retinas:
voo então sobre ti, pássaro errante
em busca de alimento na seara,
pra ver-te distraída (se distante),
iceberg talvez, e tão avara.
No voo secante dos meus olhos,
levado pela urgência queimo os lábios
e atravesso-te o corpo, a contra-pêlo:
e perante a nudez fresca dos poros,
sinto a porta aberta a sete chaves
entregue à fusão do quebra-gelo.
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Domingos da Mota
http://fogomaduro.blogspot.com
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Caro Júlio Saraiva,
ResponderExcluirAgradeço-lhe a publicação deste meu poema no seu novíssimo blogue.
Domingos da Mota