flor da manhã invadiu o poema
é que me perdi nos caminhos de mim
e se vou ronco e durmo no cinema
é porque do filme não me importa o fim
não estou pra nenhum telefonema
a minha voz tão velha e rouca é ruim
tropeço na rima e fujo do tema
por que minha vida há de ser assim?
desregrada e sem qualquer noção de hora
e desabo no escuro do meu verso
e chegando estou sempre a ir embora
fio de sonho nenhum mais tenho agora
a sós com meus fantasmas eu converso
deixo-te este soneto - e noves fora
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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