sobre o poema Chão sem Fundo, de Karla Bardanza
"Não repares se a forma é apurada
Ou se a métrica foi talvez torcida
Olhe somente a vida dos meus versos
Que a vida do meu verso - é a minha vida."
- Vinícius de Moraes -
não - ó não te assustes minha amada
não temas este chão assim sem fundo
a minha mão direita espalmada
ampara-te das dores deste mundo
esquece minha vida mal-afamada
vê - nosso tempo tem um só segundo
a morte jaz num canto esparramada
e lá fora amor brilha um sol fecundo
a tua boca maçã que envenena
mata-me num beijo assim de repente
mordo tua carne macia e morena
gira a terra toda em volta da gente
o mar bravo se acalma se apequena
o chão dantes frio agora faz-se quente
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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