aspiro o pó branco dos meus dias
organizo a festa para depois de amanhã
num baile de máscaras dancei com a morte
a lua cheia me salvou
minha loucura meu bem é quase santa
por isso estou sempre rezando
tenho palavras de missa na ponta da língua
enquanto deus dorme estou rezando
aspiro o pó branco dos meus dias
sou o meu pior inimigo
firo-me todos os dias com o punhal que trago nos olhos
depois vou dormir tranquilo
certo do dever cumprido
aspiro o pó branco dos meus dias
o poeta que fui aos 20 anos morreu
numa noite de mil novecentos e qualquer coisa
envenenado de soneto
nos braços de uma mulher que nunca existiu
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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ResponderExcluirEsse certo Júlio Saraiva vive em mim.
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