esta pálida luz do teu silêncio
habita os corredores da memória
vai cortando o tempo ao meio e vence o
velho era-uma-vez de toda história
e tudo o que já fomos agora dói
feridas que não cicatrizam nunca
a maldição a caminhar adunca
esta traça que aos bocados nos corrói
e assim nos morrem todos os assuntos
tal como nós também morremos juntos
a ambição do nada é o que nos resta
nada nada nada mil vezes nada
provamos as sobras do que foi festa
até que cesse enfim a caminhada
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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