“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A PENÚLTIMA CEIA

esta pálida luz do teu silêncio
habita os corredores da memória
vai cortando o tempo ao meio e vence o
velho era-uma-vez de toda história

e tudo o que já fomos agora dói
feridas que não cicatrizam nunca
a maldição a caminhar adunca
esta traça que aos bocados nos corrói

e assim nos morrem todos os assuntos
tal como nós também morremos juntos
a ambição do nada é o que nos resta

nada nada nada mil vezes nada
provamos as sobras do que foi festa
até que cesse enfim a caminhada

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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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