quinta-feira, 10 de maio de 2012
LAMENTO DO EU INDIGENTE
trago uma lua de plástico barato
escondida no branco do olhar
um breviário em latim na mão direita
na esquerda uma revista de mulher nua
dividido entre a oração & o desejo - sigo
o meu caminho sem nada esperar de mim
não preciso de óculos para ler os escuros
sei de cor todas as madrugadas por onde andei
sou grato pelas esmolas que me deram
só careço de alguém que me empreste algum remorso
para eu pagar as minhas multas
se eu morresse agora levava apenas
uma calça velha uma camiseta
um par de sandálias de lona & uma úlcera gástrica
os sonhos não - deixava todos por aqui mesmo
: bagagem demais me incomoda
10-05-12
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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LAMENTO DELL’IO INDIGENTE
ResponderExcluirTengo una luna di plastica scadente
nascosta nel bianco dello sguardo
un breviario in latino nella mano destra
nella sinistra una rivista di donne nude
diviso fra la preghiera & il desiderio - proseguo
il mio cammino senza sperare niente da me
non ho bisogno di occhiali per leggere l’oscurità
so a memoria tutte le notti in cui sono passato
sono grato per le elemosine che mi hanno dato
mi manca solo qualcuno che mi presti qualche rimorso
perché possa pagare le mie multe
se io morissi ora porterei appena
un vecchio pantalone una camicia
un paio di sandali di tela & un’ulcera gastrica
i sogni no – li lascerei proprio tutti qui
: troppo bagaglio mi disturba
(tradução de Manuela Colombo)