nada mais me trará de volta o dia
enquanto me doer a ausência tua
e sendo eu um a mais no olho da rua
sou apenas o pó que eu não queria
onde foi parar minha poesia?
no meu peito arde esta chaga crua
e assim me morro sem a garantia
de que amanhã a vida continua
fecham-me de vez todas as janelas
tornam-se mais altos todos os muros
sufoca-me o peso desses escuros
eis-me de novo com as minhas guerras
navegando só sem vento e sem vela
no mar insano dos meus esconjuros
18-09-12
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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