só por acumular erros antigos
já nem dou conta que a velhice é fato
ao longe avisto amadas e amigos
todos sorrindo no mesmo retrato
não temo a morte nem temo castigos
vou procurando manter-me sensato
planto maçãs onde nasciam figos
se hoje ressuscito amanhã me mato
torto é meu andar como este soneto
pouco se me dá se é de pé quebrado
a linha reta transformei em arco
não quero regras nem branco no preto
sou absoluto não troco de lado
e sigo só por conta do meu barco
__________________
Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
___________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário