agnus dei
dai-me asas
asas leves
para voos
sempre breves
agnus dei
dai-me a moça
da janela
não me importo
se ela é pura
ou cadela
agnus dei
dai-me a infância
que perdi
vendo coisas
que eu menino
não devia ver
mas vi
agnus dei
dai-me um porre
sem ressaca
que eu tenho
alguma idade
e a cabeça
já vai fraca
agnus dei
fazei de mim
vilão da história
que eu nasci
torto assim
e me sinto bem
junto da escória
agnus dei
dai-me a paz
mas não a paz
do homem sério
esta eu dispenso
pois se bem penso
hei de tê-la
no cemitério
02-10-09
_________________
Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
__________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário