- para o próprio o'neill, com carinho
e respeito, dedico
deu-se que o poeta o'neill estava morto
não lhe deram nada em vida
mas morto no frio da morgue
estava bem quieto
como se nos mandassem a todos
à casa do caralho
era um morto qualquer
como qualquer mais um morto
mas um morto diferente
a perturbar o reino dos céus
na sua condição de morto
alexandre não estava morto
apenas pediu um cigarro
um gole mais de bebida
e disse não para os anjos
puta que me pariu
junto com seus amigos
junto com seus demónios
o poeta preferiu o inferno
júlio saraiva,
S.Paulo – Brasil
NOTA: Poema nas vozes do Animador da Palavra, eduardo roseira e José Mário Roseira, que também fez o filme
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