quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
MARÍA POLIDOÚRI
"Sou a flor roída pouco a pouco por um verme secreto..."
- María Polidoúri -
toca-me fundo o teu desespero de noites corroídas
mãos geladas acenando despedidas premeditadas
palavras bêbadas & olhares asfixiados
ruas compridas que iam dar sempre na porta da indigência
atenas com suas traças devorou teu corpo frágil
como se tua carne fosse toda feita de trapos
mais tarde paris foi a confidente que acabou por trair-te
mas nunca percebeste quanto veneno havia no vinho oferecidos
sob as luzes cegas daqueles lugares suspeitos
toca-me fundo a tua solidão de flores que já nasceram murchas
chuvas de verão que de nada serviam & pesados invernos
outonos que enchiam teu quarto triste de assombrações
as primaveras eram feridas que não iam cicatrizar nunca
todas as estações traziam-te a crua intimidade da morte
no entanto não querias mas um dia foste amada
quando achaste de querer já estavas morta
13-12-12
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Júlio Saraiva
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