Para João Tomaz Parreira
INTRÓITO
As palavras vibram.
O Sol enche o Céu de exclamações.
Nós, náufragos desde a Criação,
Esperamos pela barca
Que nos levará de volta ao Caos.
KYRIE, ELÉISON
Sem terra
Sem trigo
Sem pão.
OFERTÓRIO
Dedos compridos, mãos engelhadas.
Sobre manchas de vinho, migalhas de pão.
Um pássaro canta sem se fazer notar.
Corpo nu deitado na relva.
- Momento lindo!
COMUNHÃO
O pão ázimo
dos aflitos
amarga
em minha boca.
_____________________________
Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
_____________________________
S
Tempo,
ResponderExcluirpão passado
vinho amargo dos meus sonhos
gotas que sangram n'alma
e não há comunhão
quando o que somos é solidão
em plenitude, atmosfera e ilusão.
Somos um reino mal reinado de nós,
mas este é só o meu reflexo
no copo de vinho que me absorve.
Adorei o teu poema, amigo poeta e, gostei mais ainda das células do meu corpo que ele desordenou para consertar algumas coisas em mim...inconsertáveis! beijos
4 POEMI LITURGICI
ResponderExcluirPer João Tomaz Parreira
INTROITO
Le parole vibrano.
Il Sole riempie il Cielo di esclamazioni.
Noi, naufraghi dalla Creazione,
aspettiamo la barca
che ci porterà indietro al Caos
KYRIE, ELEISON
Senza terra
senza grano
senza pane.
OFFERTORIO
Dita lunghe, mani rugose.
Sopra macchie di vino, briciole di pane.
Un uccello canta senza farsi notare.
Corpo nudo sdraiato nell’erba.
- Che bel momento!
COMUNIONE
Il pane azzimo
degli afflitti
si fa amaro
nella mia bocca.
Do caos ao caos... sem esperança!