“O universal é o local sem paredes.” (Miguel Torga) "Escrever é um ato de liberdade." (Antônio Callado) "Embora nem todo filho da puta seja censor,todo censor é filho da puta." (Julio Saraiva)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

SONETO ATORMENTADO

navegam em mim barcos assustados
não sei de quantos naufrágios vieram
e nem como foram dar onde deram
guiados por ventos atormentados

ao leme seus capitães são fantasmas
tristes pois já não sabem mais assombrar
e têm as órbitas dos olhos pasmas
porque morrem todos de medo do mar

não bebem não fumam nem jogam cartas
suas mulheres morreram nos portos
pra que tanta não fosse a tripulação

os filhos também estão todos mortos
as histórias dantes que eram tão fartas
dormiram pra sempre em cada capitão


14-04-11
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil 
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