entre o riso & o risco
sou mais o risco
e rabisco o poema
feito de palavras cegas
diante da luz do refletor deste palco
o ar que me escapa das narinas
provoca incêndios azuis
mas os danos só serão contados
no dia seguinte quando os mortos
vierem dar queixa dos bens desaparecidos
se me for possível escolher prefiro
o trapézio ao tablado porque
o perigo é sempre maior
& os aplausos mais calorosos
a convalescença da morte por queda
é mais lenta - por isso vivo em estado de voo
& de cara limpa & sem medo
á queda livre me entrego
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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