cansei de respirar o ar podre
dessas manhãs
todas sempre iguais
cansei dessas madrugadas inúteis
que não me levaram a canto algum
quando olho meu rosto no espelho
descubro como estou mais velho
: sou o retrato de dorian gray ao contrário
a cada dia que passa constato
que meu destino será o mesmo
de antero
sylvia plath
torquato neto
ana cristina cesar
só não defini como vou fazer
há que se ter critério e cuidado
até nisso
fumo... olho os livros mudos
nas prateleiras
eles me olham com olhos cúmplices
meus livros...
penso nas mulheres que cruzaram
meu caminho
o que as pessoas vão fazer
pensar ou dizer de mim
foda-se
só não digam que fui bom
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
3 POEMAS SOBRE O MESMO TEMA
1.
desde de criança eu fabricava sonhos
sonhos de todas as marcas
fiz-me adulto e continuei a fabricar sonhos
mas por não saber nadar
morri afogado nos sonhos
e tornei-me um pesadelo à deriva
2.
a noiva que habitava os meus sonhos
hoje é uma sombra condenada a mofar
na solidão de um porto estrangeiro
3.
teu beijo de areia
ficou arquivado
na memória do porto
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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desde de criança eu fabricava sonhos
sonhos de todas as marcas
fiz-me adulto e continuei a fabricar sonhos
mas por não saber nadar
morri afogado nos sonhos
e tornei-me um pesadelo à deriva
2.
a noiva que habitava os meus sonhos
hoje é uma sombra condenada a mofar
na solidão de um porto estrangeiro
3.
teu beijo de areia
ficou arquivado
na memória do porto
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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